domingo, 29 de agosto de 2010

Não queria!

 Ela, sentia sim.
 Não era forte como fora. Mas sentia muito.
 Muito amor, mas ao mesmo tempo sentia muita raiva.
 Não sentia raiva de seu amor, sentia raiva do mundo.
 Ninguém percebeu ela mudando, só perceberam quando ela terminou.
 Quando ela não mais existia como uma, e sim como outra.
 Ela que já fora tão sonhadora, e despreocupada,
 Tem crises de stress e não pensava em mais nada que não é real.
 Esqueceu das musicas alegres, das tardes alegres, dos momentos alegres.
 Ela não sabe mais, como ser alegre.
 Ela não sabe não ser ranzinza, não ser quieta.
 Ela quer ser capaz de sair daquele abismo, que ninguém a vê.
 Pois melhor que qualquer pessoa, as vezes ela sabe esconder.
 Sabe esconder aquela vontade infinita de gritar e se esconder.
 Como quando era criança. e brincava de esconde-esconde atrás de um morro.
 E nunca ninguém a encontrava, pois ninguém ousava procurar por lá.
 Ela que tinha tanta coragem, que saia de madrugada na hora da raiva, pra chorar 
 num espaço onde tarde as crianças usam pra brincar.
 Hoje, ela sai olhando pros lados e pra trás, com medo da sombra,
 Com idéias mirabolantes de conspiração contra ela.
 Como se fosse lá muito importante.
 Ela só tem vontade de correr, e chegar em algum lugar completamente diferente
 Onde só houvesse paz, pra ela se encontrar.