segunda-feira, 2 de abril de 2012

É como eu me sinto quando digo que não sinto nada.


É como ser preso por não fazer nada.
É como ser pré-julgada pelo psicólogo.
É como ler um livro e não entender nada.
É como ir num parque pra ficar sentada.
É como escrever poesia e não se expor.
É como sentir vazio no amor.
É como não sorrir com uma criança rindo.
É como não ficar feliz ao te ver vindo.
É como ver alguém triste e não se comover.
É como ter um hobby que não gosta de fazer.
É como ver um amigo e não se sentir feliz.
É como não se sentir medo de fronte com o vil.
É como estar doente e fingir que não sente.
É como estar ausente mesmo estando presente.
É como ver um filme e na verdade não ver.
É como fumar um cigarro a cada suspiro.
É como ver uma pessoa querida e ignorar.
É como ter medo do escuro e deixar a luz apagada.
É como uma certeza que vacila ao luar.
É como querer ficar entediado.
É como eu me sinto quando digo que não sinto nada.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Coisas que ninguém ensinou.


Aprendi que tomar coca-cola com aspirina fode o estômago

Aprendi que virar vodka e depois balançar a cabeça, fode o estômago, o fígado e o cérebro.

Aprendi que uma camisinha não estica desde o dedo médio até o ombro sem estourar

Aprendi que arroz por mais de duas horas no fogão, causam um incêndio

Aprendi que tentar surfar com um skate, enferruja os trucks

Aprendi que se tenho mais que os outros, sou foda

Aprendi que se tenho menos que os outros, sou fodida

Aprendi que imagem não é tudo, mas pelo menos 70%

Aprendi que matar aula, e ser vista pela professora no momento em outra sala, ela provavelmente reprova.

Aprendi que títulos como "Best Friends" ou "Forever Together" para algumas pessoas variam de significado.

Aprendi que ler livros no pc, causam um puto dano a vista.

Aprendi que se minha tia for viajar, não me ofereço mais pra ficar na casa dela.

Aprendi que ir ao banco de domingo, além de ser perigoso, é traumatizante.

Aprendi que ração pra cachorro tem um gosto ruim

Aprendi que se meus amigos viajam, além de ficar com saudade, eu fico carente.

Aprendi que improvisar absorvente pode ser uma boa solução (durante alguns minutos).

Aprendi que pular de um carro em movimento da uma sensação de euforia.

Aprendi que as bochechas são as partes mais gostosas do corpo (Hannibal concorda)

Aprendi que se escolho um sapato a um livro, sou fútil.

Aprendi que se escolho um livro a um sapato, sou metida a intelectual.

Aprendi que meninos são insistentes

Aprendi que meninas são inseguras.

Aprendi que odeio usar acentos

Aprendi que ainda falta uma porrada de coisas pra aprender.



(Escrito por mim em 2007, encontrei hoje e achei muito válido postar.)

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Algumas verdades

Não se importe se eles não se importam
Com o cheiro de suor que emana do emaranhado
Da gente abafada e apertada indo pro trabalho
Ganhando menos do que o necessário
Não espere a chuva passar
Se ela passa você perde o horário
Perde o salário inteiro e leva uma bronca
Fica doente e não ganha atestado
Não ligue a TV á noite
Ela te vende pensamentos prontos
Você compra coisas que não tem uso
E paga o preço do abuso.
Não gaste tudo com pouco
Pense no aperto como é pior
A criança na rua pedindo dinheiro
E o pai dela confinado no bar.
Que o direito seja conquistado
Seja no congresso ou por comício
Que o ladrão seja deportado
Como foram artistas queridos.
Diga não para os mesmos políticos
Que roubam tudo e deixam vestígios
Vestígios de dinheiro seu,
Há muito tempo foi perdido.
E que o não se espalhe pelo mundo
Que não venda o pobre pra ficar mais rico
O povo pinte a cara nas ruas
Proteste pelo que faz sentido.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Sveglio da Sola



O céu cinza na noite empoeirada,
Sexta-Feira, descalça com pés na areia.
Horário de verão nos da à certeza,
Amanhã o dia começa antes
A luz do corredor acesa,
O ultimo suspiro de sono,
Sua respiração leve no travesseiro.
Sua casa viva pela minha alma errante;
Balanço o corpo gelado sentada num canto da cozinha,
Leio um livro, canto baixo,
Componho toda uma sinfonia
Acompanhada por esse pingo teimoso,
O pingo no cano de alumínio cantante.
Uma janela longe com dois corpos;
Um corpo coberto de ouro;
As vozes afastadas atrás de uma porta entreaberta;
O ultimo cigarro da noite,
Sono vem me levar pro mundo dos sonhos
Arranca-me da realidade e da eletricidade que emana da carne.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011


As grandes empresas te contratam, olham o seu currículo e conteúdo, te vêem pessoalmente e já pensam:
Você vai mudar por mim
Vai deixar de existir por mim
Vai perder sua personalidade por mim
Vai trabalhar por mim
Vai querer lutar por mim
Vai fazer o que eu não quero pra mim
Vai ganhar dinheiro pra mim
Você não vai mais ser você
Vai ser só mais um fantoche meu!
Só mais um qualquer, mas meu!

domingo, 2 de outubro de 2011

Fadiga


 Um cansaço do mundo que parece sobrenatural, fadiga da voz da minha mãe chamando meu nome, do meu pai falando com alguém no celular, meu irmão resmungando, dos carros passando, dos homens andando, das mulheres cantando, do ônibus cheio, do metrô lento, da risada das crianças na praça, da música alta na balada, do cheiro e gosto da cerveja, do refrigerante que não refresca, do cheiro de sexo na roupa suja.
Canseira na caminha até a padaria, até a academia, até o mercado, das risadas e o falso ‘tudo bem’ que sempre falo, da ignorância, da alienação, do cheiro de livro velho e ruim, do cheiro de livro bom e novo. Das músicas sem melodias, das melodias sem letras, dos artistas sem alma, desventura acabada com o mocinho e a mocinha que ficam juntos, do final conhecido e repetido, do romance clichê e mesmo assim admirado.
 Cansei do convencional, cansei da habitualidade, do corriqueiro, cansei de mim, cansei dos outros, cansei do computador, cansei do celular, cansei das redes sociais, cansei dos jogos, dos livros digitais, construção de memórias virtuais em HD que por mais que se assemelhem em nada me parecem com a vida real, com as cores concretas, com os cheiros legítimos.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Noite

Tem noites que o sono aperta, aquelas que o sono foge, que estou bem acompanhada, às vezes não quero ninguém do lado.
 Há noites que o calor não permite o sono, ou que o frio me faz dormir mais, em que estou com a mulher amada, ou que acho que amar é coisa pra nunca mais.
 Noites onde o que rola é um barzinho com os amigos, outras onde é balada com conhecidos, mas às melhores noites são com pipoca e um filme abraçada com carinho.
 Existem noites onde a alegria desperta, e noites onde a angustia aperta, onde sorrio até dormir, ou até o choro me fazer cair, às vezes acompanhada dói menos, às vezes acompanhada dói mais.
 Há noite onde quero sexo, outras em que quero amor, um carinho, um abraço um dengo e tá tudo bem, nem todas consigo, mas sei que outras vêm.