sábado, 3 de julho de 2010

"Não quer falar um pouco sobre você?" Ah, já que convidou...

Eu não sei quem sou, não posso me definir. Pois daqui um dia, uma semana, um mês, ano posso estar diferente. Se não sou algo fixo, logo não devo dizer: Sou isso.
 Eu já fui tanta coisa, ou melhor, já achei que fui muita coisa. Já tentei ser algo, por preceito. Ah, se eu pudesse escolher... Minha vida teria sido completamente diferente, se ser o que sou hoje, me levou por um caminho turbulento? Deveras!
 Ai eu me recordo, de momentos remotos da minha vida. E as vezes eu acho que lembro, de lembrar.
 Lembro de uma garotinha, andando pela rua sozinha aos 3 anos pensando: Ah essas pessoas que passam por mim, nem imaginam que eu já tenho 3 anos *-* e não muito tempo depois, da mesma garotinha, saindo a noite com a mãe e a tia, e aproveitar a oportunidade para 'fugir', e se enfiar em algumas ruas próximas, vendo crianças um pouco mais velhas pulando corda e imaginar como a vida delas era legal. E algumas noites, quando eu fazia um muro de ursinhos de pelúcia e fazia planos mirabolantes de ataque ao inimigo da cama de baixo.
 O meu avô, dizendo: "Aquilo é formigueiro" e eu sair correndo, pular e cair de bunda na montanha das formigas... E depois da coceira. Sem esquecer também, minha avó fazendo brigadeiro, e dizendo: "Não põe o dedo, tá quente". Ahhh que dor foi aquela?! Lembro que ficou uma bolhona na ponta do meu dedo!
 A primeira vez que mostrei o dedo do meio, na maior inocência, realmente, levei umas boas palmadas da minha mãe. E os palavrões que foram fluindo na minha vida, mas que obviamente eram escondidos, até um dia que um menino saiu correndo gritando: "VOU CONTAR PRA SUA AVÓ"
 Lembro das primeiras pancadas que levei na escola, de uns garotos mais velhos. Lembro da primeira vez que consegui ler em silêncio, lembro de um toca fitas amarelo e um kinder ovo, lembro do dia que o Iuri nasceu, e eu na casa da minha tia assistindo uma tv de 13 polegadas preta e branca.
 Podem ser coisas que pequenas, mas me ajudaram a chegar aqui. Lembro da minha primeira paranóia, quando achei que um disco voador estava seguindo o carro do meu pai. Eu sentada em cima de uma mesa com um radio, vendo outras meninas dançando ballet e eu só observando, isso quando eu não aprontava e me mandavam pra sala dos meninos, que faziam karate e eu ficava lá, louca pra participar, mas não podia por ser menina, e quando liberaram, eu assisti a uma única aula, e meus pais me trocaram de escola.
 Meu fascínio por power rangers, e eu queria que queria ser a power ranger amarela. E em dia de excursão, minha mãe colocando o telefone de casa, e de todos os parentes na minha meia, e um conselho que me vale até hoje: Se você se perder, sempre vá para o metro mais próximo.
 Um velotrol azul, que um vizinho vivia roubando, e a mãe devolvendo, e a rua de casa, ahhh era uma ladeira incrível, só que passava ônibus, e uma vez ele quase me levou mesmo! Acidentes de carro são vários até incluindo ser atropelada por um caminhão que vinha de ré! E o dia que um carro bateu no carro do meu pai enquanto ele me levava para o trabalho, e eu realmente cheguei no trabalho, com a roupa cheia de vidro e segurando o braço, numa salinha e dizendo: Acabei de sofrer um acidente de carro!
 Mas nunca esquecerei do dia que aquelas kombi escolar estava me levando e mais um grupo de mini jogadores de futebol de volta para casa, e bateu num fusca, e eu voei com a cara no vidro (estava no banco da frente). Falando em futebol, já deu pra perceber que eu já me meti em vários esportes. Sempre amei esportes! Hoje sou uma sedentária por falta de opção, porque adoraria voltar a fazer algo. O ultimo que fiz foi Muay Thai, e estava indo bem! O futebol foi minha paixão dos 9 anos aos 15, jogava bem até, lembro que a escola que eu estudava na época também não deixavam as garotas jogarem, me orgulho de ter sido a primeira, sempre fui uma criança persistente, e não deixava justificarem com um: "Você é uma garota".
 Fui oradora em todas minhas finalizações de ciclos escolares (Menos o ensino médio, o qual conclui pelas coxas), e lembro que nunca tive muitos amigos na escola. Passei por 9 (numero não exato) escolas a vida toda. E sempre fui a encrenqueira, isso até os 14 anos, quando comecei um processo de alto-controle, ou foi a gastrite que apareceu na minha vida e nunca mais me abandonou. Eu também era cheia de probleminhas, com 13 anos tinha crises de enxaqueca. Mas nada supera os 16. Eu chamo de escuridão, chorava atoa, existia apenas pelo fato de existir, e comecei uma terapia ferrenda que durou até esse ano.
 Lembro dos poucos amigos que fiz, alguns guardo comigo até hoje, e tem uns que por mais que eu não converse, não deixam de ser importantes para mim. Lembro dos vários inimigos que fiz, e esses eu nunca esquecerei rosto e nome. Lembro os namoros, lembro os não-namoros-paixonites. E obviamente nunca esquecerei quem está comigo hoje, que é indiscutivelmente O amor da minha vida.
 Tudo isso e muuuuito mais, fizeram da Agatha que está escrevendo ser o que 'é' hoje. Mas ainda existem inúmeras decepções, alegrias, surpresas e voltas, e eu espero que tenham muitas mais!

3 comentários:

  1. Amor, adorei ,embora algumas coisa me fogem no momento, se vc diz, acho que estou ficando velha mesmo. Amo vc!

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  2. gosto da forma que você escreve, rs

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  3. Parece qee eu tow vendo vc falando 'ah, jah qee convidou' *_*

    adooorei o post... tem até o conselho qee um dia vc me deu sobre ir até o metro.. ^^

    coment by: Sarinha, A Palmito rsrs

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